Há duas passagens muito profundas nas Sagradas Escrituras que dão a resposta definitiva a esta questão. Uma encontra-se na narrativa da visão de Ezequiel. Como esses querubins flamejantes que “ caminhavam segundo a direção do seu rosto para onde os impelia o ímpeto do espírito. . . sem se voltar quando íam andando. . . que vão e vêm como o clarão do relâmpago... que vão .. . e se deteem ... e se levantam do solo... cujo bater de asas é como o ruido de muitas águas... e cujas asas se abaixam quando eles param. . . ” — assim também é a liturgia “sem finalidade”. Como isto deve ser desalentador para quem em tudo procura sempre a finalidade prática. Estes querubins não são senão puro movimento, magnífico e possante, que se desenvolve ao sabor do Espírito; movimento que não quer ser senão a expressão da essência interior do Espírito, a manifestação exterior da chama e das forças interiores; eis aí uma imagem viva da liturgia.Em outra passagem, fala a Sabedoria eterna: “ Eu estava com ele, regulando todas as coisas; e cada, dia me deleitava, brincando continuamente diante dele, brincando sobre o globo da terra. . . ” Eis a palavra decisiva!
O Pai eterno se extasia quando a Sabedoria, o Filho, plenitude de toda verdade, expande em inexprimível beleza esse conteúdo do infinito, sem qualquer finalidade prática, — pois qual, haveria ela de ser? — mas cheio de sentido, numa pura beatitude de vida: o Filho “ brinca” diante do Pai.E tal é a vida das criaturas mais elevadas, os anjos, que, sem finalidade, como o Espírito os impele, se movem diante de Deus, no sentido cheio de mistério de serem um jogo, um cântico vivo, diante da sua face.
A Palavra Certa
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Entre os japoneses e chineses existe o costume de escrever orações em um
papel e usá-los como amuletos e talismãs, a isto se chama *ofuda*. Também
escrevi...
