Sobre a Medalha Milagrosa, escreve o Pe. Mariano Pinho em O Coração Imaculado de Maria à Luz de Fátima (p.20-21):
Três factos extraordinários vieram acender ainda mais nos fiéis o amor ao Imaculado Coração da Virgem Maria; o primeiro deu-se em 1830, a 27 de Novembro: é a bem conhecida revelação da Medalha Milagrosa a Santa Catarina Labouré. Orava a Santa com as outras noviças na capela das Irmãs da Caridade, em Paris, às cinco e meia da tarde. De repente vê diante de si Nossa Senhora de estatura mediana, de pé sobre um globo branco. Veste de seda branca e da cabeça desce-lhe até baixo um véu. É um deslumbramento de beleza a linda Senhora; com o pé virginal esmaga a serpente. Nas mãos à altura do Coração, sustenta um pequeno globo representando a Terra que oferece a Deus, tendo no céu fixos os olhos em súplica. Logo começam a brilhar de tamanhos distintos e brilho diferente, nos dedos imaculados, anéis cravejados de pedras preciosas. E a primeira fase da visão.Desaparecendo suavemente o globo que tinha nas mãos, a Senhora põe os olhos na vidente, abre os braços para o outro globo que lhe serve de escabelo e no qual se via a palavra França. Catarina percebe que este globo representa a Terra inteira, a França e cada indivíduo em particular. Os raios de luz a desprenderem-se intensos das mãos de Maria são as graças derramadas sobre as pessoas que sabem orar.Pouco a pouco desenha-se ao redor da Virgem um oval com esta legenda: «Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós».Maria Santíssima ordena então a Catarina Labouré que mande cunhar uma medalha segundo aquele modelo e imediatamente lhe mostra o reverso da medalha, pondo-lhe diante dos olhos extasiados o monograma de Maria, um M encimado por uma cruz, com dois travessões sob o M e sob a cruz. Debaixo do M os Sagrados Corações de Jesus e de Maria, o primeiro coroado de espinhos, o segundo trespassado por uma lança; ao redor doze estrelas.Indagando a Santa vidente, em obediência a ordem recebida, se conviria pôr alguma coisa mais neste reverso da medalha, responde-lhe uma voz interior: «o M e os dois Corações são eloquentes de sobra».A medalha espalhou-se rapidamente por todo o mundo católico; as graças e milagres por ela obtidos já não cabem em anais e em nossos dias, após a canonização de Catarina Labouré, recrudesceram de um modo assombroso essas graças e esses milagres. Mas a medalha levou ao mesmo tempo a toda a parte a imagem não só do Coração de Jesus, mas também desse outro Coração que indissoluvelmente lhe está unido: o Coração da Imaculada.
