Escreve Romano Guardini¹:
A despeito entretanto dos objetivos particulares da liturgia e da piedade popular, a primazia deve ser concedida ao culto litúrgico. A liturgia é e deve ser a "lex orandi". A oração não-litúrgica deverá sempre regrar-se por ela, renovar-se nela, se desejar permanecer vital. De certo não se pode dizer que a liturgia está para a oração popular como o dogma para a fé individual, mas tudo se passa como se assim fosse. Em face da liturgia as demais formas de vida espiritual reconhecerão mais facilmente os seus desvios, podendo com mais segurança regressar à Via ordinária. As necessidades espirituais dos lugares e das épocas, flutuantes e variáveis, hão de sempre traduzir-se espontaneamente na devoção popular; entretanto é na liturgia que, sempre e em toda parte, refletirá cristalinamente as leis fundamentais, genuínas e imutáveis da sã piedade.
¹O Espírito da Liturgia (p.26-27):